Testes de usabilidade custam basicamente nada | Arquitetura de Informação

Testes de usabilidade custam basicamente nada

Posted on janeiro 11, 2010 by Fabricio Teixeira

Li esses dias uma entrevista de Jared Spool, CEO da User Interface Engineering e co-autor de alguns livros sobre User Experience e Testes de Usabilidade. Em uma de suas respostas, Spool explica que testes de usabilidade são mais baratos e simples de serem feitos do que se imagina.

Traduzi abaixo a pergunta de Russell Wilson e a resposta de Spool:

Alguns times de desenvolvedores parecem procurar por formas mais baratas e rápidas de validarem seu design. Usabilidade é frequentemente percebida como sendo muito cara. Você acha que os testes de usabilidade devem ser barateados? Perguntando melhor: teste de usabilidade, hot or not?

Um teste de usabilidade, em sua forma mais básica, custa basicamente nada. É um processo simples. Você senta do lado de alguém e o assiste experimentando seu design.

Qualquer custo adicional vem da tentativa de adicionar rigor ao processo. Rigor não precisa ser caro, mas pode ser caro.

Pense que é como pintar uma casa. Uma pessoa pode fazer tudo praticamente sozinha, economizando uma boa quantia, mas provavelmente isso vai tomar muito tempo e, sem as ferramentas adequadas, ela não vai produzir um resultado de alta qualidade. Mas vai ter pintado a casa.

A questão é quanto valem o tempo e a qualidade. Há uma relação entre quanto você investe e a qualidade e velocidade que você vai ter de volta. Compre uma escada, uns pincéis e rolos de melhor qualidade, tintas melhores e peça a ajuda de algum estudante colegial desempregado, e você terá uma pintura melhor em sua casa.

A mesma coisa acontece com testes de usabilidade. Investimentos inteligentes aumentam a qualidade.

Mas há uma coisa que difere de pintar uma casa: pode ser um erro contratar alguém para testar para você.

O principal benefício de qualquer projeto de teste de usabilidade não é o relatório de recomendações que é entregue no final. Nossa pesquisa mostra que o benefício é a exposição que o time tem ao observar usuários reais utilizando seu design. Quanto maior essa exposição, melhores são os produtos entregues.

Se você contrata alguém para fazer o seu teste, bem, é mais ou menos como contratar alguém para curtir suas férias – a tarefa é feita, mas você perde a melhor parte.

Então, o maior investimento em testes de usabilidade não é o dinheiro – que até pode ser não muito caro. É o tempo. Nossa pesquisa mostra que as equipes das organizações mais eficazes gastam pelo menos duas horas a cada seis semanas observando usuários interagirem com seus projetos. Cada membro da equipe.

E a experiência se paga muito rapidamente. O time agora sabe como é usar o design. Eles sabem quais mudanças tiveram o impacto que eles esperavam, e quais delas nem foram notadas. E eles vêem como alguns problemas pequenos e irritantes podem arruinar soluções consideradas inovadoras.

É muito barato começar a praticar testes – se a dúvida é fazer ou não o investimento.

Agora, se você estiver preocupado com os gastos, eu recomendo que você faça um produto realmente de baixa qualidade. Sempre haverá uma solução mais barata. (E é interessante observar que se você quiser realmente fazer um produto de baixa qualidade, você consegue fazer muito rapidamente, também.)

Muito bacana a metáfora que Jared fez sobre a pintura da casa. Aqui na agência temos investido bastante em testes caseiros e mais frequentes, seja com recrutamento de um perfil específico de público-alvo, seja com o colega do lado. Recentemente desenvolvemos um aplicativo de iPhone em que perdi a conta do número de testes de usabilidade que foram feitos com o próprio time da agência, além dos testes que o próprio desenvolvedor fazia para assegurar a estabilidade do aplicativo. No fim, a troca de experiências entre esses dois tipos de teste foi riquíssima, e não custou nada mais do que algumas horas e um pouco de bom senso.

É claro que para determinados tipos de projeto a contratação de especialistas dedicados é indispensável. Mas quando os custos inviabilizam o projeto de testes, o jeito é improvisar. Como bem concluiu a Silvia em nossa última apresentação no Ebai: “Qualquer pesquisa é melhor do que nenhuma pesquisa”.

A entrevista completa de Jared Spool está publicada no UI Trends.

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